quarta-feira, junho 07, 2006

Outras praias

E esta luz coada
e este mar a chegar
a chegar
timidamente
leva-me a outros mares
num outro oceano

E aí permaneço



em memória
mas risonha

Um sol tórrido
uma música no ar
e um cheiro a coco
na pele
quente

Meus olhos imóveis
respeitando
todo um frenesim
dos pequenos caranguejos
na areia

Neste momento
desperto
oiço um bater de raquete
passam uns jovens a correr
fazendo jus ao desporto de praia
Gente chegando
vozes perto
e aqui me vejo
nesta vila tão bela
que é a minha
por opção.

Ró, Maio 2006
Postais : Praia de Cascais e
Baía de Cascais (Pedro Mónica)

15 comentários:

Pedro Leite Ribeiro disse...

Velhos tempos dos Festivais de Jazz de Cascais do bom velho e assobiado Vilas-Boas! Estremunhados amanheceres na areia...
E ainda o último concerto dos Genesis com o Peter Gabriel. Em 1975! Nossa!... Por isso é que por outros blogs me andam a chamar de museu... ou qualquer outra coisa parecida.

disse...

Ai, sim Pedro? Acho isso uma tremenda duma patetice, porque é tão saudável recordar....sem pararmos de viver, claro! E até faz parte do nosso temperamento de português, de quê ter verginha? Eu vou nestes e naqueles bocadinhos, buscando memórias que me pertencem e com muito orgulho.Beijo, "Muso" :-)

Pedro Leite Ribeiro disse...

"Deusa"! :(

disse...

Quando digo Muso, é porque li nalgum lado essa palavra ( :-) ) e achei piada, pois apesar de não termos o género masculino de Musa, afinal justificava-se, não acha? A nossa amiga Mag anda tão caladinha....e eu sem saber o que fazer ao nosso blog, parece que há dificuldades no acesso...se a vir por aí, diga-lhe, sim? Beijo

Pedro Leite Ribeiro disse...

Acho que também li em algum lado "deusa", daí as aspas tal como as que a Ró usou em "muso", epíteto que não julgo, de todo, ser justificado. Xannax "apenas" reescreveu, de maneira genial, é certo, um texto de Carvalhinho. Xannax não me conhece, por isso, dificilmente eu poderia ser inspirador da sua escrita.
Não há memória, na Mitologia Clássica, de formas masculinas para "musa". Havia um deus inspirador, Apolo, e 9 musas (no princípio, apenas 3). As musas castigavam severamente quem se fizesse passar por uma delas...
Sorrisos!

Pedro Leite Ribeiro disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Pedro Leite Ribeiro disse...

Second thoughts: o poema de XannaX inspirou-se no assinado por Carvalhinho do Lago, mas surge como inteiramente original, não como uma reescrita, mesmo que genial. Importante é salientar que eu nada tenho a ver com esse facto. Peço desculpa a XannaX pelo injusto lapso.

disse...

Tudo bem, Pedro.Quanto a ter visto "Deusa" popr aqui, não estranhe,não sei porquê mas há quem me trate assim...coisas!Bom fim de semana.

XannaX disse...

Gosto que falem de mim... Será o estrelato, finalmente? ;-)
Impõe-se-me esclarecer que nada tive a ver com o surgimento do epíteto "muso"... apesar de dele me ter apoderado.
Lamento se trantornos causei.
Obrigado Pedro pelo "genial" que, no entanto, não me fica bem. E não é modéstia.
É sempre bom vir aqui para ler tamanhos elogios.
Beijos aos dois.
Ró: o teu poema provocou-me sentimentos distintos: por um lado o prazer de ler o mar, por outro a mágoa de não poder usufruir desse ponto de fuga.
Beijos aos dois.
Bom fim de semana.

XannaX disse...

Tantos beijos aos dois... :-)

disse...

ÈS uma menina bonita. Beijos também para ti, XannaX .:-)

Pedro Leite Ribeiro disse...

Tudo isto, claro, e como deve ter dado para perceber, porque receio o castigo das impiedosas musas.
Junto ainda mais beijos para que se levante uma tempestade!

disse...

POis,se se fizer passar por elas! Bem...e aí não seria num copo d'água, mas num rio já por si caudaloso....Beijo e :-)

XannaX disse...

O cheiro a coco na pele quente tb me transportou a outras praias... Como era? óleo de coco com tintura de iodo? era para fritar até alourar! parece que já foi há séculos...
Boas lembranças que me trazes.
beijos

disse...

Sim!!!! :-) Era mesmo isso!Pedia-se uma mistura na farmácia e tb se fazia c/ Coca-cola, lembras-te? E era só aquele cheirinho...é bom lembrar, desde que não nos impeça de viver!