sexta-feira, março 31, 2006
Flores do meu jardim
Hoje trago-te flores do meu jardim
ofereço-te a Primavera amiga
num abraço de aromas frescos
e cheiro a jasmim
Mar
Fotografia: Mar
A visita
Para atravessar contigo o deserto do mundo
quinta-feira, março 30, 2006
Por onde andas?
quarta-feira, março 29, 2006
Damian "maravilhoso" Marley!!!
Anunciado às massas por um speaker - o mensageiro de Haile Selassie - Damian Marley deu inicio a um espectáculo inesquecível e bombástico ao nível das novas componentes urbanas do reggae - ragga, dancehall, hip-hop, mas sempre, como não podia deixar de ser, em território reggae.
"Beautiful" é lindo, mas "There for You" foi um dos momentos mais altos do espectáculo (pena não ter encontrado o clip)
"Bless your eyes and may your dreams come true
May you rise on the morning when Jah kingdom come
Good deeds aren't remembered in the hearts of men
("Till shiloh I shall not forsake thee")
Now and forever more
Forever more..."
Ao fim de uma hora de espectáculo Damian puxou do legado do pai, e aí foi bombar como se Bob Marley himself lá estivesse.
Maravilhoso ser transportado assim anos atrás ... e ficar com uma energia carregada no máximo!!!
Pena que não estivesses lá, amiga!
Mar
domingo, março 26, 2006
Teatro para bebés
Não deixem de ir e divulguem
Madrid me mata!
"La visión impura" - instalações, performances, video, pintura, fotografia e escultura - são exemplos do carácter hibrido desta exposição composta pelas obras eleitas entre as últimas aquisições do Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia em Madrid!
Claro que não pude tirar fotografias!
E como lamento não poder partilhar aqui Louise Bourgeois, Harun Farocki com a sua poderosa e inquietante video instalação "Pensava que veía presidiarios";
Alberto Burri com as suas pinturas com materiais que sugerem tudo menos pintura, desde o trapo ao fogo... (deliciei-me e emocionei-me com a criatividade e soluções expressivas de extrema elegancia estéctica que o autor explorou);
Adolfo Schlosser com a escultura em madeira, pintura e instalações de materiais recolhidos na natureza e de extrema simplicidade, mas com soluções grandiosas ...
Um fim de semana ...
... sem palavras!!!
Mar
quinta-feira, março 23, 2006
Carta a uma amiga
Maquilhávamo-nos até ao coração - e hoje, em vez de coração, temos desertos onde brilham as pedras negras do rímel derretido nas nossas primeiras lágrimas. Parámos de chorar para sermos fortes - e olha, estou convencida que as rugas e os cabelos brancos, a flacidez no corpo e o desalento no espírito, tudo isso nasce da falta de lágrimas sobre a qual construímos a nossa ilusória maturidade.
Inês Pedrosa in "Carta a Uma Amiga"~
Mar
Silêncios
Os meus silêncios são cruéis e duros,
Nas trevas dos dias que me ensombram,
Nas noites em branco que me tombam,
Nas lágrimas, nos vales e nos muros
Será que sabes ler-me sem me ler?
Será que no teu peito ainda existo?
Ou fui sublinhado em mero risco
Daqueles sem expressão e sem se ver?
Que raros são os momentos de paixão...
Que emergem de caudais de solidão
E se fecham em silêncios de ternura...
Segue os trilhos dos minutos que viveste
Pergunta a ti própria se cresceste...
Abre as portas aos riachos da censura
Ângelo Gomes – 16 de Dezembro de 2004 – 17h43
quarta-feira, março 22, 2006
... e minha também...
Lucutúkuè
http://www.sanparks.org/parks/kruger/get_there/default.php
Lukutúkuè, sua muita tristeza!.... Filho Zeca foi embora, ficou escondido na mato -- agora mesmo coisa ele é bicho, agora mesma coisa ele é manbandido, filho Zeca, agora Lukutúkuè que nunca há-de ver outro seu filho, nunca que há-de ouvir voz dele falar outro vez sua gingação, parece é mesma coisa seu filho Zeca morreu....
de Ascêncio de Freitas, in "e as raiva passa por cima, fica engrossar um silêncio"
Foto: RÓ
RÓ
segunda-feira, março 20, 2006
De ontem
descansemos no abraço da noite súbito
caída também nos nossos braços. assim abertos.
assim no cansaço das coisas que são nossas.
lentamente dizes do que sabes. eu invento e
penso que ouvindo-te estremeço. e que medo
eu tenho do vento falando-te nas mãos.
Fotografia: autor desconhecido
RÓ
sexta-feira, março 17, 2006
Reza, Maria!
quinta-feira, março 16, 2006
Are Geisha Prostitutes?
Marc Canter
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The Japanese have elevated prostitution to a fine art. There are many grey areas - between pure hooker (who are usually Chinese or Phillipina girls) versus Geisha. Hostess bars plop a beautiful woman down - in between each business man - who put their hand on your knee, laugh at your jokes and pour your drinks. They then accompany you outside and hail a cab for you. But sex is never a part of the equation.
Lots of blond and buxom American and Europeans are imported for both hostess bars and strip joints, but only a pure bred Nippon Jin (Japanese) can be a Geisha (do don't believe that Shirley MacClaine movie!) Japanese actually take pride in their Geisha tradition.
RÓ
quarta-feira, março 15, 2006
Sopros de amizade
segunda-feira, março 13, 2006
Esmola
Caiu-me uma gaivota
Nas mãos
Quando as estendia a esmolar.
E eu tinha fome
E mais sede...
....Então, abri-lhe as asas
No seu último desejo de vida
Dum voo livre.
E antes que morresse
Pediu-me
Que lhe bebesse todo o sangue
Quente
Vivo ainda
Para eu assim continuá-la
Desesperadamente.
Ai de mim
Que me tornei loucura
E preciso de ir mais além
Bem longe, longe
E aí tombar
Numa agonia doce, dolorosa.
Ró
Fotografia: Pintura de António Inverno ( pintor alentejano )
RÓ
Em todas as ruas
Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto, tão perto, tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura
Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco
Mário Cesariny
Mar
Fotografia: Michel-Jean Dupierris
sexta-feira, março 10, 2006
Pas de deux
Os meus dias
Mastigo as palavras, engulo
(desespero ao acordar)
Sinto a implusão eminente.
A névoa tolda-me a visão
Desloco-me pela estrada, dolente.
Vou sonâmbula
Vou dormente
Empurro a rotina à minha frente.
Mantém-se quedo, ausente,
Mudando quando a alma está presente.
Vou sonâmbula
Vou dormente
Empurro a rotina à minha frente.
Mar
Fotografia: Mar
quinta-feira, março 09, 2006
Nostalgia com Gato e Gramofone ( Pintura de Roberto Chichorro)
Bailações ( Pintura de Roberto Chichorro)
Mercado Suburbano( Pintura de Roberto Chichorro)
terça-feira, março 07, 2006
As cores dos dias
Nos dias negros névoas toldam-te o olhar, sentes-te prestes a rebentar, apetece-te fugir e por vezes até matar (morres sempre um bocadinho)
Em dias brancos acendes velas, insenso, inspiras leveza e harmonia como se nada no mundo fosse mudar. Como se a vida jorrasse por cada poro. O teu hálito é doce (acaricias o mundo)
Nos dias vermelhos o negro é cabedal, latex. Pintas paredes, os lábios, sentes-te deslizar em movimentos lentos porém poderosos. Os olhos escurecem (a distância é estratégia de aproximação) as mãos aquecem (incendeias e incendeias)
Ainda tens dias azuis, lentos, iguais, não pensas, leva-te a rotina embalada... e duram tanto tempo...(desesperas)
E é o que nos dá colorido à vida amiga!
Mar
Just a bad, bad day...
....sim! corri, sorri,tive uns contratempos,fiz 1 viajem em vão, chorei...
Mas como precisava de algo positivo para continuar o dia, lembrei-me que há uns tempos atrás (1 mês, 2 meses) recebi esta flor de quem não tinha nenhuma foto para me dar!
Talvez já adivinhasse no seu cheiro e formas a delicadeza e ao mesmo tempo a força das mãos que a seguraram....e esse dia bom voltou à minha memória, como atenuante para a minha cabecinha albarroada por tanto pensamento negativo! Bem haja quem ma deu! Bem haja todos os gestos delicados.....
RÓ
Daniel PowterBad Day
Daniel Powter’s MySpace Page
sábado, março 04, 2006
É o poema...
E depois...
e depois vingo-me em poesia
como forma de me purgar
daquilo por que fujo
e não quero abraçar!
E assim, nesta comunhão de blog que muito me agrada, apeteceu-me deixar aqui este poema de António Patricio:
Até amanhã!
Mar
Because the Nigth
digo-te....
VOO NOCTURNO
bebedor de horas angústias
noite coada de lágrimas a fazer de bocados
de urgências mal contida. súplicas de astros
estrelas voando aqui na tua boca fogo
de corpo caído dos meus braços.
aberta a porta do lado, bruma d todos
os ventos no momento imóvel feito alegria.
termo da linha saliva de amargura
imperfeito sentido de viver impetuosa raiz de serenidade.
acabo ramo envelhecido na nudez flácida
desta árvore de anos.
tu vens assim devagar, como tinha de ser
deixas-me de oferenda o riso e a calma
de perder desesperos. perdido o jogo em
alucinações e paisagens.
sonhamos o mesmo sonho de ontem e a
passagem do sol nossa como paixão de luz.
dou-me búzio e outras conchas falando-te
o sono do mar. espuma e algas trago do
último grito tenho-o em mistério.
vejo, amor de madrugadas, cheio de
esquecimento e estradas,cada pedaço de nuvem
caindo da minha janela creio que sinto a
dor de ser verdade estar.
perdida a imagem sombra mais de que
te ver sol com algemas.
descanso no banco das noites de andar
daqui para ali.
insulto-me de sofrer do amor dos outros.
corpo de archotes para a noite a ficar longa
de repemnte.
voz soluçante , quente debruçada
sobre mim.
quero arrancar do chão o espanto de ter
sombra e pressentimentos.
asas de terra com coração latejando-me
nos dedos.
faço-te amante e aventura e digo-te: temos os dias
acordados como loucura
permanente alegria baça de ontem.
dou de repente com os olhos no céu da
minha cidade perdida sem jardins a anunciar
os dias a começar.
dou de repente com o sono poisado na
pared do meu quarto e não durmo cansaços.
é assim que fico. indeferente à fuga. reco-
nheço-a porque se exprime de sombras.
conto-te a história do meu amor com medo
de ter medo e ir de ter de ir pouco a pouco,
passeante, como se fosse domingo em todos
os dias de andar.
justamente com olhos verdes água minha
se pudesse desenhava-te um pássaro ver-
melho de noite, e só com uma asa. tu deves-
-me a outra.
eu, roubei-te a asa do regresso e espe-
ro vem depressa sobre o calor, linha do
meu corpo adormecido.
in Caminhos Ensinados, Conceiçaõ Lobo
Foto:RÓ
RÓ