sábado, março 04, 2006

digo-te....


VOO NOCTURNO
bebedor de horas angústias
noite coada de lágrimas a fazer de bocados
de urgências mal contida. súplicas de astros
estrelas voando aqui na tua boca fogo
de corpo caído dos meus braços.
aberta a porta do lado, bruma d todos
os ventos no momento imóvel feito alegria.
termo da linha saliva de amargura
imperfeito sentido de viver impetuosa raiz de serenidade.
acabo ramo envelhecido na nudez flácida
desta árvore de anos.
tu vens assim devagar, como tinha de ser
deixas-me de oferenda o riso e a calma
de perder desesperos. perdido o jogo em
alucinações e paisagens.
sonhamos o mesmo sonho de ontem e a
passagem do sol nossa como paixão de luz.
dou-me búzio e outras conchas falando-te
o sono do mar. espuma e algas trago do
último grito tenho-o em mistério.
vejo, amor de madrugadas, cheio de
esquecimento e estradas,cada pedaço de nuvem
caindo da minha janela creio que sinto a
dor de ser verdade estar.
perdida a imagem sombra mais de que
te ver sol com algemas.
descanso no banco das noites de andar
daqui para ali.
insulto-me de sofrer do amor dos outros.
corpo de archotes para a noite a ficar longa
de repemnte.
voz soluçante , quente debruçada
sobre mim.
quero arrancar do chão o espanto de ter
sombra e pressentimentos.
asas de terra com coração latejando-me
nos dedos.
faço-te amante e aventura e digo-te: temos os dias
acordados como loucura
permanente alegria baça de ontem.

dou de repente com os olhos no céu da
minha cidade perdida sem jardins a anunciar
os dias a começar.
dou de repente com o sono poisado na
pared do meu quarto e não durmo cansaços.
é assim que fico. indeferente à fuga. reco-
nheço-a porque se exprime de sombras.
conto-te a história do meu amor com medo
de ter medo e ir de ter de ir pouco a pouco,
passeante, como se fosse domingo em todos
os dias de andar.
justamente com olhos verdes água minha
se pudesse desenhava-te um pássaro ver-
melho de noite, e só com uma asa. tu deves-
-me a outra.
eu, roubei-te a asa do regresso e espe-
ro vem depressa sobre o calor, linha do
meu corpo adormecido.

in Caminhos Ensinados, Conceiçaõ Lobo
Foto:


3 comentários:

XannaX disse...

Vai ficar lindo o nosso blog.

XannaX disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
raposinho disse...

desconhecida!...

se te ñ conheço o corpo

e teu seio,pela asência ñ toquei

teus lábios rubros

soletrando papoilas de desejo nunca vi

confesso k senti

as gôtas de orvalho

desse jardim

onde em sonho ,eu já adormeci

desconhecida, como?

se me deixaste entrar na alma

e tu me sentes em ti !