Até quando?

Sempre acreditei que importa enfrentar desafios, com coragem e alegria. Abrançando-os, mesmo no momento em que isso não pode deixar de ser, senão tudo ficaria sem sentido, e indo com aquela saudade imensa, aquele desejo quente e longínquo de muitos séculos de querer desesperadamente, ousadamente, começar tudo de novo, permanecer a todo o custo. Indo ainda assim, com aquela alegria da partida da aventura (desta vez a última) com aquele gosto e incerteza mais forte do que o que conhecemos em todas as partidas de qualquer parte do mundo, em qualquer estação ou aeroporto, em qualquer homem ou mulher.

Assim vivo, desafiando o desafio em combates únicos travados em campo aberto. E cada desafio em que não sucumbo é uma alegria renascida, um beijo ou a necessidade dessa flor rara, até ao fim, até à última gota do seu néctar, para que possa reviver, desabrochar em cada dia como se fosse o primeiro.

Até quando, perguntava?!

Sinto-me agora a sucumbir... o precipício pressinto-o à distância de quem acende um fósforo. Eminente. Ganhando contornos violentos. Cada dia que passa há um romper que me desarma, há um vazio que me desfalece. É o pânico!
Será que isto não tem fim?
Quero o fim! De uma maneira ou de outra, quero o fim! The End! Fin!


Fotografia: Michal Macku