Hoje, é claro que atingi aquilo que chamam o "distanciamento" de nós, que se atinge na idade adulta, o que me dá o prazer da cumplicidade. No entanto, por vezes, dou comigo a ler coisas que, bem lá no fundo, acredito que só eu as entendo como entendo, como se tivessem sido escritas para mim.
E tem sido nestas andanças de blogs, que me tenho dedicado mais à poesia... porquê, talvez saiba... que me tenho deparado com poemas, principalmente poemas, que se agarram a mim como se fossem meus. Queria mesmo ter sido eu a escrevê-los. Queria que o meu nome assinasse aquele poema. queria agarrá-lo e guardá-lo e saboreá-lo e ... quase como quem ama.
É o caso de Luis Ene e este poema que passo a trancrever, entre tantos outros, os quais, indevidamente, gostaria de chamar meus
Lembro-me tão bem:
lembro-me da forma
como me tocaste o rosto
com as pontas dos dedos
e me beijaste numa carícia
de pétalas vermelhas.
Lembro-me tão bem:
lembro-me de acordar
e sentir-te ainda,
desejar-te ainda,
e fechar os olhos
e tentar adormecer e
não, não, não conseguir.
Lembro-me tão bem
lembro-me tão bem
da forma como te sonhei.
Mar
Fotografia: Mar
1 comentário:
Lindo, amiga, este teu Post! E como te entendo, passa-se o mesmo comigo. Sabes,os poemas são uma espécie de fotografias da alma que ao olharmos para elas nos revemos.....e ambas fazem parte daquele baú onde pela nossa vida fora vamos guardando pedaços de nós: umas fotos nossas , uns poemas, uns filmes que nos tocaram, umas palavras que foram ditas, umas tristezas, umas surpresas, enfim, retalhos que vamos acumulando.E é sempre bom não nos esquecermos deles...daí abrirmos o baú, soprarmos o pó das folhas velhas, reler,lembrar....tudo o que nos ajude a recuperar o sonho,a magia( que é a nossa essência), alimentando-nos o ego. Como se aquele espelho onde diàriamente visses uma imagem baça recuperasse o brilho e quando te dás conta, vês um reflexo nítido de ti, renovado!!! Continua, amiga e pensa que tens sempre aqui alguém que te dá a mão quando dela precisares. Beijo
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