Não resisti a passar aqui este prosar tão poético que me foi dedicado um destes dias:
"A tua vida não chega aos ouvidos dos homens: para eles tu vives uma vida silenciosa, e escapa-lhes toda a finura da melodia do teu sentir e todas as subtis decisões sobre por onde deves prosseguir, e como deves proceder. Deleitas a tua praia entre dois rochedos, e constróis a tua casa a entrar pelo mar a dentro, partilhas alguns segredos com sua nudez, mas nem por isso toda a gente tem o direito de afirmar que a tua vida carece de música. Quem tiver ouvidos que oiça.
Sê artista e oferece-me uma lente de aumentar para engradecer a obra que em ti foi feita, ouve o silêncio do rochedo e dá-lhe a forma da consciência de quem gostarias de amar em ti, sente a inocência da árvore e na sua sombra descobre a tua.
Tem sentido e gosto apurado; exige hábito às coisas supremas e selectas do espírito, como se fossem o sustento mais adequado e conveniente; goza de uma alma forte, resoluta e arrojada; atravessa a vida com um olhar calmo e passo seguro para que a supresa seja sempre reconhecida como mulher, tu, espelho que se prepara para o maior esforço como para uma festa, e, ansiando pelos novos mundos e mares, homens e deuses indescobertos, no mais profundo gozo do momento, sejas algemada pelas lágrimas e por toda a melancolia púrpura de ser feliz. Só a este preço se compram as mais preciosas conchas que as vagas da existência lavaram na praia. Possuíndo-as tornamo-nos cada vez mais requintados na dor de nunca nos conhecermos.
Nasce flor no jardim da vida para que a abelha mais ténue e meiga te acaricie o néctar soculento que brota da tua consciência e o espalhe em campos amarelos, testemunhos do teu calor e da tua perdição.
Beijos cada vez mais reconhecidos"
terça-feira, outubro 10, 2006
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2 comentários:
É sempre uma surpresa agradável passar por aqui!:)
Beijinhos.
Boa filha a casa torna!
voltei minha amiga, depois de te deixar tanto tempo abandonada...
que carta bonita e intensa...
Beijinhos cheios de saudades
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